Município disponibiliza online Arquivo da Santa Casa da Misericórdia de Esposende
Treze meses após a assinatura do Contrato de Depósito da documentação do Arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia de Esposende no Arquivo Municipal de Esposende, foi hoje apresentado o resultado do trabalho desenvolvido.
Na sessão, que integrou as comemorações dos 445 anos da Santa Casa da Misericórdia de Esposende, a técnica responsável pelo Arquivo Municipal, Marília Capitão, referiu que fruto do amplo trabalho realizado estão agora disponíveis online, em https://arquivo.cm-esposende.pt/, 7.000 documentos e 10.000 imagens. Notou, contudo, que se trata de um trabalho contínuo e que há ainda informação que irá sendo disponibilizada. Deu nota de que a instituição dispõe de um importante e valioso arquivo, fruto da preservação que garantiu ao longo do tempo. Na sua apresentação, a técnica destacou alguns dos documentos já disponíveis, sendo que o mais antigo data de 1597, que possibilitam perceber a orgânica da instituição e a sua intervenção no seio da comunidade, por exemplo no que refere à prestação de cuidados de saúde nos hospitais da sua alçada, o extinto Hospital S. Manuel e o ainda existente Hospital Valentim Ribeiro. A concluir destacou que este arquivo constitui uma porta aberta para eventuais estudos.
“Com este trabalho vamos preservar e divulgar aquilo que é o património, tanto da instituição como do concelho”, afirmou a Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Esposende, Maria Emília Vilarinho, notando que a instituição a que preside foi capaz de perceber a mais-valia que tinha, possibilitando que hoje esse legado esteja disponível para todos. Assumindo ser este um dia extremamente importante, regozijou-se com a parceria estabelecida com o Município, reconhecendo que a instituição, por si só, não tinha recursos nem capacidade para assumir a tarefa. Agradeceu, por isso, aos técnicos que têm trabalhado no projeto, vincando que tal só foi possível porque o Presidente da Câmara Municipal e a Vereadora da Cultura, Alexandra Roeger reconhecem a importância da preservação e divulgação do património.
A Provedora da Santa Casa da Misericórdia sublinhou a vantagem de qualquer cidadão poder aceder fácil e rapidamente a este arquivo, podendo trabalhar a partir daí em várias vertentes. Concluiu, reiterando os agradecimentos ao Município por acolher este arquivo que “é a memória de todos nós”.
Depois de, no período da manhã, ter estado presente na missa e na sessão solene da comemorativa do aniversário da Santa Casa da Misericórdia, o Presidente da Câmara Municipal usou novamente da palavra para expressar satisfação pelo trabalho efetuado ao nível do arquivo da instituição, vincando que, apesar de ser uma aspiração antiga, só foi possível concretizar quando o Município conseguiu dispor das condições necessárias e adequadas para executar o tratamento daquele acervo, de modo a “preservar a memória coletiva e do passado”. Destacando que estes documentos “permitem cruzar informação e obter uma boa perceção do nosso passado e da história”, Benjamim Pereira saudou o “magnifico trabalho” realizado pelos técnicos do Arquivo Municipal.
Benjamim Pereira deixou claro que “há uma intencionalidade do Municipio em criar sinergias, trabalhando em rede, na certeza de que juntos chegamos mais longe”. Aludiu à estratégia cultural do Município, onde se integram diversos projetos, um dos quais está em vias de concretização, em parceria com a Universidade do Minho, no Forte de S. João Baptista, para o qual o Município conseguiu obter financiamento de 2,5 milhões de euros. Será neste espaço que nascerá o Museu dedicado ao Rei D. Sebastião, que concedeu a autonomia administrativa a Esposende.