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Município de Esposende reedita obra “Crimes dum Usurário” de Manuel de Boaventura

10 Nov

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A política cultural do Município de Esposende é para manter, garantiu hoje o Presidente da Câmara Municipal. Benjamim Pereira falava na sessão de lançamento do livro “Crimes dum Usurário”, de Manuel Boaventura, que decorreu, esta tarde, na Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura. Depois da recente reedição de “O Solar dos Vermelhos”, o Município traz agora a público nova edição do segundo livro do escritor esposendense, “Crimes dum Usurário”.

Benjamim Pereira referiu que a reedição das obras de Manuel de Boaventura se enquadra na estratégia cultural do Município, designadamente no que se refere à valorização dos autores locais. Afirmou que, sem perder de vista as outras componentes do desenvolvimento do concelho, “o investimento na cultura tem vindo a aumentar”, realçando que a Câmara Municipal está a “contribuir para uma sociedade mais culta e desenvolvida”.

O mérito literário de Manuel de Boaventura, já reconhecido pelo Município através da atribuição da Medalha de Mérito Cultural, da atribuição do seu nome à Biblioteca e da criação do Prémio Literário Manuel de Boaventura, foi realçado pelo Presidente da Câmara Municipal, que aproveitou a oportunidade para desafiar as escolas do concelho a estudarem a sua obra, nomeadamente no âmbito do currículo local. Afirmando o empenho do Município em valorizar a obra e elevar o nome do autor, Benjamim Pereira afiançou que é para concretizar a compra da casa de Manuel de Boaventura com vista à criação da Casa Museu.

Benjamim Pereira referiu que, no âmbito da política cultural municipal, que passa pela “valorização da cultura no seu todo”, o Município apoiará a edição de uma publicação sobre a obra do pintor esposendense Henrique Medina, a propósito dos trinta anos do seu falecimento. Lembrou, ainda, o trabalho que vem sendo desenvolvido pela autarquia em torno do arquiteto esposendense Viana de Lima, entre outros.

Em representação da família do escritor, o neto João Boaventura agradeceu ao Município de Esposende a reedição das suas obras, bem como o empenho e dedicação em manter vivo o nome de Manuel de Boaventura.

Sérgio Guimarães de Sousa, autor do estudo prévio e responsável pela fixação do texto, fez a apresentação da publicação, notando a “reviravolta no estilo” desta obra relativamente ao seu primeiro livro, o romance “O Solar dos Vermelhos”, clarificando que, do estilo camiliano, Manuel de Boaventura passa para o estilo queirosiano. Notou que em “Crimes dum Usurário”, Manuel de Boaventura assume-se como “um romancista do pormenor” e abstém-se de moralizar, apresentando “uma visão realista da realidade”.

A concluir, Sérgio Sousa, que considerou Manuel de Boaventura o “Aquilino do Minho”, enalteceu a política cultural do Município, nomeadamente a aposta na reedição das obras deste autor, apelidando-a de “corajosa e decisiva, porque a qualidade de vida passa também pelo bem-estar humano e intelectual”.