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Património Cultural

castro

Serviço de Património Cultural

Missão
Conhecer, estudar, proteger, valorizar e divulgar o património cultural do concelho.

Função
Assegurar a transmissão de uma herança nacional cuja continuidade e enriquecimento unirá as gerações num percurso civilizacional singular, através da salvaguarda e valorização do património cultural.

Dever
Proteger e valorizar o património cultural como instrumento primordial de realização da dignidade da pessoa humana, objeto de direitos fundamentais, meio ao serviço da democratização da cultura e esteio da independência e da identidade nacionais.

É função do Serviço de Património Cultural:

  • Arrolar e publicitar os monumentos e motivos com valor histórico e cultural, existentes no concelho de Esposende;
  • Efetuar e promover estudos e propor ações de defesa, preservação e promoção do Património;
  • Colaborar com as associações, grupos ou individualidades que, localmente, se proponham executar ações de recuperação dos patrimónios referidos no ponto anterior;
  • Emitir pareceres e apresentar projetos sobre maté­rias relacionadas com a preservação do património histórico-cultural do concelho;
  • Organizar e dirigir atividades no âmbito da arqueologia;
  • Promover a investigação e estudo da história local e divulgar os resultados obtidos;
  • Apoiar investigadores e estudantes que queiram promover estudos sobre o concelho de Esposende;
  • Promover a divulgação do património arqueológico e histórico junto da população, com enfoque nos mais novos.

A ocupação humana no atual território de Esposende, remonta à Pré-História Antiga e reflete tanto a componente cultural - pelos vestígios arqueológicos que são identificados - como a componente natural - através da tipologia de materiais arqueológicos, como pela localização dos sítios.

 

🎯 CONVERSA ARQUEOLOGIA SUBAQUÁTICA

📅 | 🕙 03 SET. (dom.) | 10:00 – 12:00

ConversaArqueologiaSubaquatica_2023-09-03Nos últimos anos, temporais e a erosão, têm posto a descoberto achados arqueológicos únicos. Dos naufrágios da praia de Belinho, às pirogas nas margens do rio Lima, os achados são fascinantes. Uma conversa sobre arqueologia subaquática no Minho.

🔖 Participação gratuita | Inscrição AQUI

🌍 GREACANE – Viana do Castelo, Castelo do Neiva, Av. da Praia 2099, 4935-563 Viana do Castelo (junto ao Monumento aos Pescadores), Portugal

🔎 Dos naufrágios da praia de Belinho, às pirogas monóxilas do rio Lima, os achados são fascinantes. Nos últimos anos, temporais e a erosão, têm posto a descoberto achados arqueológicos únicos, achados que vamos ficar a conhecer melhor nesta conversa sobre arqueologia subaquática no Minho. Na qual contaremos com um representante da equipa CM Viana do Castelo, Ana Paula Almeida (CM Esposende) e dos achadores João e Alexandre Sá (Esposende).

+ Info. AQUI!

 

Prémio de Mérito da Society for Historical Archaeology

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A 4 de janeiro de 2023 o Serviço de Património Cultural foi atribuído o Prémio de Mérito da Society for Historical Archaeology, pelo trabalho de preservação do património cultural subaquático envolvendo voluntários, académicos e o público.

 

Extensões expositivas “Patrimónios Emersos e Submersos – Do Local ao Global” divulgam espólio do Naufrágio Quinhentista de Belinho

Até final de setembro tem mais um motivo para vir a Esposende... temos cerca de 1% do espólio de Belinho disponível para usufruir!

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Visita orientada "Patrimónios Emersos e Submersos"_IMG_2136

No ano em que se assinalam os 450 anos de Esposende e o término do ciclo comemorativo dos 500 anos da primeira viagem de circum-navegação, a exposição “Patrimónios Emersos e Submersos – Do Local ao Global” incorpora quatro extensões expositivas, que estarão disponíveis até ao final do mês de setembro.

A constituição de extensões expositivas individuais, mas complementares entre si, estão distribuídas em locais estratégicos, fomentando a promoção e divulgação da exposição, nomeadamente através de artefactos arqueológicos do Naufrágio Quinhentista de Belinho.

Desta forma, há artefactos para (re)descobrir no átrio da Câmara Municipal de Esposende, na sede da Junta de Freguesia de Belinho, no Forte de S. João Baptista e no Centro Informação Turística de Esposende. Aliás, é este último local que acolhe a maioria das vitrines, onde pode ser admirada a maior diversidade de peças.

Para além dos artefactos integrados nestas extensões, a exposição “Mar de Histórias”, patente no Centro Interpretativo de S. Lourenço, em Vila Chã, acolhe igualmente artefactos deste naufrágio da Época Moderna.

Dos objetos agora expostos, destaca-se o “prato de oferendas” ou “de esmolas” alusivo a S. Jorge, exposto no edifício da Câmara Municipal. Para permitir o seu estudo, leitura e desfrute foi necessário assegurar a sua conservação, a qual nem sempre se limita a garantir um ambiente estável. Neste caso, impôs-se um tratamento mais invasivo, que passou por uma limpeza superficial, que obrigou à remoção de uma camada de corrosão ativa, à aplicação de inibidores de corrosão e, no final, uma camada de proteção. Com esta intervenção este objeto tornou-se mais legível e revelou pormenores de qualidade da técnica de execução, que poderão agora ser estudados pelos historiadores de arte.

Em sete meses de abertura ao público, a exposição “Patrimónios Emersos e Submersos” registou mais de 6.000 visitantes, dos quais mais de 4.700 são portugueses, oriundos de todo o País, destacando-se os mais de 1.700 de Esposende. Relativamente a visitantes estrangeiros, estes ultrapassam o milhar e destacam-se os de Espanha, de Inglaterra, de França e da Alemanha. Foram igualmente registados visitantes de países europeus como Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslovénia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, República Checa, Roménia, Suécia, Suíça e Ucrânia. Do continente africado registaram-se visitantes da África do Sul e do Congo, bem como oriundos do continente asiático provenientes de Israel e do continente americano visitantes da Argentina, do Brasil, do Canadá, da Colômbia, dos Estados Unidos da América e Paraguai.

Para além deste registo, foram mais de 230 os visitantes que usufruíram de visitas orientadas, maioritariamente oriundos da comunidade educativa de Esposende, mas também investigadores e especialistas nacionais e estrangeiros.

A exposição e as respetivas extensões são financiadas pelo programa MAR2020, no âmbito da “Preservação, conservação e valorização dos elementos patrimoniais e dos recursos naturais e paisagísticos”.

Quer a exposição patente no Forte de S. João Baptista, quer as respetivas extensões expositivas estarão patentes ao público, com entrada gratuita.

Visita virtual à exposição “Patrimónios Emersos e Submersos – Do Local ao Global”

_DSC4727 (Visita virtual | clicar na imagem)

Está disponível a visita virtual à exposição “Patrimónios Emersos e Submersos – Do Local ao Global”, patente no Forte S. João Baptista, ação inserida nas comemorações dos 500 anos da primeira viagem de circum-navegação do globo terrestre.

O Município de Esposende entendeu associar-se às celebrações deste acontecimento de caráter mundial, através de uma exposição dedicada à promoção e valorização do Património Cultural subaquático e costeiro associado, assente num projeto de investigação multidisciplinar, centrado no Naufrágio Quinhentista de Belinho 1. De realçar que este achado tem revelado tratar-se de um património único e significativo, tanto a nível nacional, como mundial.

Esta ação foi objeto de candidatura à “Preservação, conservação e valorização dos elementos patrimoniais e dos recursos naturais e paisagísticos” aprovado no âmbito do Aviso 14/2020/Gal Costeiro Litoral Norte. Tem um investimento total superior a 43.000 euros, sendo comparticipado a 85%, através do MAR2020.

Forte S. João Baptista acolhe primeira iniciativa cultural
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A exposição “Patrimónios Emersos e Submersos – Do Local ao Global”, inserida nas comemorações dos 500 anos da primeira viagem de circum-navegação do globo terrestre, iniciada por Fernão de Magalhães e terminada por Sebastián Elcano, foi inaugurada dia 6 e marca a abertura do Forte S. João Baptista à atividade cultural regular. Lembre-se que o Município de Esposende pagou ao Estado 204 mil euros, em setembro de 2020, pela cedência do Forte de S. João Baptista, por um período de 50 anos, onde, em colaboração com a Universidade do Minho, funcionará o Centro de Divulgação Científica de Atividades Marinhas (CDCAM).

Esta exposição integra um conjunto de iniciativas promovidas pela Estrutura de Missão do V Centenário da Primeira Viagem de Circum-Navegação de Fernão de Magalhães, incrementadas em articulação com a Direção Geral do Património Cultural, através da Direção Regional de Cultura do Norte. Em estreita parceria com diversos municípios, a exposição enquadra-se no âmbito do projeto “Circum-navegando… do local ao global”, com o intuito de promover as incidências locais deste feito.

O Município de Esposende entendeu associar-se às celebrações deste acontecimento de caráter mundial, através da exposição dedicada à temática “Patrimónios Emersos e Submersos – Do Local ao Global”. Esta tem como objetivo principal promover e valorizar o património histórico-cultural subaquático e costeiro associado, permitindo a fruição comunitária do Forte de S. João Batista.

A escolha recaiu sobre este local, uma vez que o Forte de S. João Baptista é um ícone da paisagem cultural que povoa o imaginário de todas as gerações de esposendenses e visitantes dos últimos trezentos anos. Dois dos quatro edifícios outrora destinados a serviços de apoio ao Farol, criados e instalados na área do Forte de S. João Batista, no séc. XX, foram intervencionados, permitindo o usufruto do espaço pelos cidadãos.

Esta intervenção permite albergar uma exposição relacionada com o Património Cultural, assente num projeto de investigação multidisciplinar, o qual tem como ponto central o Naufrágio Quinhentista de Belinho 1. Pretende-se, pois, dar relevo e divulgar a Arqueologia Subaquática, partindo do Naufrágio Quinhentista de Belinho, achado que se enquadra na temática das celebrações e que tem revelado um património único e significativo, a nível nacional e mundial. Articulado com a Arqueologia Subaquática, o achado de Belinho tem revelado um espólio significativo, cuja divulgação se pretende intensificar e que é contemporâneo da 1.ª Viagem de Circum-navegação.

Este projeto foi concretizado no âmbito da candidatura “Preservação, conservação e valorização dos elementos patrimoniais e dos recursos naturais e paisagísticos” aprovado no âmbito do Aviso 14/2020/Gal Costeiro Litoral Norte. Tem um investimento total superior a 43.000 euros, sendo comparticipado a 85%, através do MAR2020.

A exposição pode ser visitada de 7 de agosto até 7 de novembro, de terça a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. A entrada é gratuita.

Para mais informações, poderá contactar o Serviço de Património Cultural, através do telefone 253 960 179 ou do e-mail arqueologia@cm-esposende.pt

Ocupação humana no território de Esposende: da Pré-História à Idade do Bronze | apresentação

 

Património Arqueológico - classificado/ em vias de classificação ou com intervenções arqueológicas

Numa primeira fase, iremos disponibilizar alguma informação relativa ao Património Arqueológico que se encontre classificado ou em vias de classificação, bem como aquele que tenha sido objeto de intervenções arqueológicas.

 

AMBIENTE TERRESTRE

DESIGNAÇÃO | Cividade de Belinho

Antas - Cividade, «casas dos mouros», 192_

DESCRIÇÃO | Sobranceiro à Quinta de Belinho está o Castro ou Subidade como também é conhecida esta estação arqueológica da Idade do Ferro.
Em termos espaciais é um habitat de pequenas dimensões, alcandorado no alto do monte que se situa a Nascente da quinta onde viveu o poeta António Correia de Oliveira. Foi ele quem, em 1924, procedeu à primeira intervenção arqueológica que levou à descoberta de alguns edifícios circulares e oblongos, espólio cerâmico, fíbulas e parte de uma muralha em pedra.
Do que se conhece do sistema defensivo, este é composto de duas muralhas. A mais interior rodeia toda a coroa e adapta-se à configuração desta. A mais exterior, que apenas está bem percetível nas zonas de fácil acesso (norte e sul), parece ser obra de reforço nos pontos em que era estritamente necessário.
O espólio exumado, que se reparte pelo Museu Nacional de Arqueologia, Museu de Antropologia do Porto e Família Correia de Oliveira, é interessante e capaz, apesar de exíguo, de ajudar a compreender o fenómeno de fixação e expansão dos seus habitantes. Em linhas gerais este local foi ocupado no decurso da 2.ª metade do I milénio a.C. e como habitat organizado permaneceu, pelo menos até ao séc. I, tornando-se, a partir daí, num aglomerado cada vez mais residual à medida que se potencializavam novas modalidades de ocupação ao longo da faixa litoral.

INTERVENÇÕES ARQUEOLÓGICAS - 1924 | década de 60 do séc. XX

CLASSIFICADO como Imóvel de Interesse Público - Decreto do Governo n.º 1/86 de 03/01

ID. PDM - 1.1 | TIPO DE SÍTIO - habitat | CRONOLOGIA - idade do ferro / época romana

FONTE - Serviço de Património Cultural - ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, Estudo do Património Cultural, in PDM de Esposende.

BIBLIOGRAFIA - VITORINO, Pedro, Notas artísticas e arqueológicas – exploração arqueológica, “Lusa”, 1917; VASCONCELOS, J. Leite de, O Castro de Belinho, “O Archeólogo Português”, vol. XXIX, Lisboa, 1934, pp. 45-49; PINTO, R. Serpa, Nótulas Ceramográficas, “O Archeólogo Português”, voI. XXVII, Lisboa, 1930; PINTO, R. Serpa, A Cividade de Terroso e os Castros do Norte de Portugal, “Revista de Guimarães”, VoI. XLII, Guimarães, 1932; FONSECA, Teotónio da, Espozende e o seu Concelho, Esposende, 1936; CUEVILLAS, F. Lopez, Las Habitaciones de los Castros, “Cuadernos de Estudios Gallegos”, Vol. II, Santiago de Compostela, 1946; CUEVILLAS, F. Lopez, La Civilizacion Celtica en Galícia, Santiago de Compostela, 1953; FIGUEIREDO, Cristovão Aires de, História do Exército Português, VoI. I; ARAÚJO, Ilídio de, Castros, outeiros e crastos na paisagem de Entre-Douro-e-Minho, “Minia”, 1980; ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, Carta Arqueológica do Concelho de Esposende, “Boletim Cultural de Esposende”, vol. 9/10, Esposende, 1986, pp. 53-55.

LOCALIZAÇÃO - freguesia - s. paio antas | lugar/topónimo - belinho

Plano Diretor Municipal

 

DESIGNAÇÃO | Menir de S. Paio de Antas

MenirSPaioAntas

DESCRIÇÃO | No lugar de Igreja, num pequeno monte sobranceiro à Igreja Paroquial da mesma freguesia, é visível um monólito em granito da região, bem talhado, de aspeto fálico, sem qualquer tipo de decoração, visível em cerca de 1,65 m de altura. Destaca-se a sua inclinação para sul, posição que acentua sua forma eminentemente fálica. Muitos investigadores atribuem-lhe carga simbólica, associando-o a ritos de fertilidade praticados pelas comunidades de então.

CLASSIFICADO como Imóvel de Interesse Público | Decreto n.º 26-A/92 de 01/06

ID. PDM -1.2 | TIPO DE SÍTIO - menir | CRONOLOGIA - III/II milénio a.C.

FONTE - Serviço de Património Cultural - ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, Estudo do Património Cultural, in PDM de Esposende.

BIBLIOGRAFIA - ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, O Menhir de S. Paio de Antas, Antas, 1979; ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, Carta Arqueológica do Concelho de Esposende, "Boletim Cultural de Esposende", vol. 9/10, Esposende, 1986, p. 44; JORGE, Vítor Oliveira, Menhirs du Portugal, “L'Architecture Mégalithique”, Vannes, Soe. Polym. Norbihan, 1977; JORGE, Vitor Oliveira, O Megalitismo do Norte de Portugal, “Revista de Guimarães”, VoI. LXXXVIII, Guimarães, 1978; JORGE, Vitor Oliveira, O Megalitismo do Norte de Portugal. O Distrito do Porto, tese de doutoramento, Porto, 1982; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Lisboa, 1993, vol. II, Distrito de Braga, p. 40.

LOCALIZAÇÃO freguesia- s. paio antas | lugar/topónimo - monte

Plano Diretor Municipal

 

DESIGNAÇÃO | Menir de S. Bartolomeu do Mar

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DESCRIÇÃO | O menir - localmente designado por “o padrão” - encontra-se localizado nas imediações da igreja paroquial, a escassos metros da parede que define o adro do lado oeste.
O monumento em questão é em granito de grão médio a grosso, com muitos cristais de quartzo. Mede 2,10m de altura acima do solo, sendo mais espesso na base. Tem uma secção triangular ou sub-triangular, encontrando-se truncado no topo. As espessuras máximas são, na base de 72 cm; na parte média, cerca de 60cm e no topo de cerca de 40cm. Pode ser subdividido em três faces, sendo que a principal parece ser a que se encontra genericamente virada a sul. Visto desta face tem um certo aspeto antropomórfico que lhe é conferido pelo estrangulamento, quase em quarto de círculo, de ambos os lados do topo. Esta face apresenta oito covinhas, agrupadas em conjuntos de duas, numa posição central, e dispostas segundo o eixo maior vertical; além delas, a mesma face é ainda bordejada por três covinhas situadas à esquerda do observador, aparentemente centradas, e uma quarta, à direita, alinhada pela covinha central da periferia esquerda (numa disposição simétrica). As fossetes desta face são as mais largas e profundas das que se observam no monólito, num total de 19. As covinhas restantes encontram-se distribuídas pela face NO em número de cinco, e pela face NE, em número de duas.
Juntamente com o de S. Paio de Antas e com o recentemente descoberto no lugar da Infia, na vila de Forjães, este é o terceiro menir do concelho, o que conjugado com as muitas mamoas que se espalham pelo aro do concelho, nomeadamente na freguesia de Vila Chã, vem colocar Esposende no centro dos estudos megalíticos do norte de Portugal.

CLASSIFICADO como Imóvel de Interesse Público | Decreto n.º 26-A/92 de 01/06

ID. PDM - 11.2 | TIPO DE SÍTIO – menir | CRONOLOGIA - III/II milénio a. C.

FONTE – Serviço de Património Cultural - ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, Estudo do Património Cultural, in PDM de Esposende.

BIBLIOGRAFIA – JORGE, Vitor Oliveira, BAPTISTA, António Martinho, GONÇALVES, António A. H. Bacelar, Menir de S. Bartolomeu do Mar (Esposende), “Boletim Cultural de Esposende”, 9-10, 1986, p. 13-20; ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, Carta Arqueológica do Concelho de Esposende, “Boletim Cultural de Esposende”, Esposende; Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, Inventário, Lisboa, 1993, vol. II, Distrito de Braga, p. 40; PEIXOTO, António Maranhão, SOARES, Franquelim Neiva, MACHADO, Jaime Cepa, AZEVEDO, Manuel Sampaio, CAPITÃO, Orlando Martins, CEPA, Paula Cristina, Memórias de São Bartolomeu do Mar, Geografia, Cadastro, Toponímia e Património, II Volume, Centro Social da Juventude de Mar, São Bartolomeu do Mar, 2005.

LOCALIZAÇÃO - freguesia - s. bartolomeu do mar | lugar/topónimo - igreja

Plano Diretor Municipal

 

DESIGNAÇÃO | Dólmen ou Anta da Portelagem

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DESCRIÇÃO | A antela da Portelagem é um monumento megalítico que data do III milénio a.C.
Foi escavada em fins do séc. XIX por F. Martins Sarmento, tendo sido reescavado na 2.ª metade do séc. XX por uma equipa da Universidade Portucalense liderada pelo Dr. Eduardo Jorge. Do espólio da primeira intervenção constam 5 pontas de seta em quartzo e sílex e um vaso com asa, carenado e decorado com mamilos sobre a carena. Na última intervenção, para além de mais pontas de seta, foram recolhidos alguns fragmentos de cerâmica campaniforme.
O conjunto é constituído por um "tumulus" ainda relativamente bem conservado e urna couraça pétrea que encosta às lajes da câmara. Esta, por sua vez, tem urna forma sub-retangular e originalmente seria formada por 14 a 15 esteios graníticos de volumetria e tamanho variável. Presentemente restam 12, alguns dos quais parcialmente fragmentados. Da cobertura resta, somente, uma laje de proporções avantajadas.
No que toca à temática decorativa, por vezes usual neste tipo de monumento, sabemos que alguns dos esteios possuem gravuras que estão a ser estudados pela equipa que procedeu aos mais recentes trabalho.

INTERVENÇÕES ARQUEOLÓGICAS - Finais do séc. XIX | 2.ª metade do séc. XX

EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO como Imóvel de Interesse Público | Homol. Sup. De 14 de Outubro de 1999

ID. PDM - 15.2 | TIPO DE SÍTIO – mamoa | CRONOLOGIA - III milénio a.C.

FONTE  - Serviço de Património Cultural - ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, Estudo do Património Cultural, in PDM de Esposende.

BIBLIOGRAFIA - FORTES, José, Vasos Truncados e Invertidos, “Portugália”, T. lI, Porto, 1905; Correspondência epistolar entre Emílio Hubner e Martins Sarmento, " Revista de Guimarães", Vol. XXXIII, Guimarães, 1933; SARMENTO, F. Martins, Os Dispersos, Coimbra, 1933; NUNES, J. Castro, Escavações no Dólmen da Barrosa (Âncora), Porto, 1951; LEISNER, Vera, Notas sobre um vaso Transmontano, " Arqueologia e História", Vol. VIII, Lisboa, 1958; CUEVILLAS, F. L., La Época Megalítica en el Noroeste de la Peninsula, “Caesaraugusta”, VoI. 13/14, Pamplona, 1959; SAVORY, H. N., Espanha e Portugal, “Ed. Verbo”, Lisboa, 1974; JORGE, Susana Oliveira, Pontas de seta provenientes de túmulos megalíticos do Noroeste de Portugal, “Mínia”, 2.ª série, Ano I, n.º 2, Braga, 1978; JORGE, Vitor Oliveira, O Megalitismo do Norte de Portugal, “Revista de Guimarães”, voI. LXXXVIII, Guimarães, 1978; SANCHES, Maria de Jesus, Recipientes cerâmicos da Pré-história recente do norte de Portugal, " Arqueologia”, n.º 3, Porto, 1981; AMÂNDIO, J. Bernardino, Esposende e o seu Concelho na História e na Geografia, tese de licenciatura, Esposende, s/d; ALMEIDA, Carlos A Brochado de, Carta Arqueológica do Concelho de Esposende, " Boletim Cultural de Esposende", Vol. 9/10, Esposende, 1986, pp. 39-41.

LOCALIZAÇÃO – freguesia – vila chã | lugar/topónimo - campo da portelagem/ sobreiro

Plano Diretor Municipal

 

DESIGNAÇÃO | Castro de S. Lourenço

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Prospeto Castro de S. Lourenço | Português

Brochure Castro de S. Lourenço | Français

Flyer Castro de S. Lourenço | English

DESCRIÇÃO| A primeira intervenção arqueológica no Castro de S. Lourenço remonta a 1985 quando, na sequência das destruições ocorridas no início da década (1983), foi aberto um caminho de acesso a uma pedreira.

Este povoado da Idade do Ferro está situado numa das várias elevações que formam a arriba fóssil paralela à faixa litoral. Localizado no monte de S. Lourenço – cota de 200m de altitude – a sudoeste do planalto de Vila Chã, o habitat demonstra ser, pela diacronia das suas ocupações, um lugar privilegiado tanto em termos geoestratégicos como económicas.

O Monte de S. Lourenço, foi ocupado desde o Calcolítico (III milénio a.C.) e, continuamente, a partir do séc. V a.C. até ao séc. V/VI d.C. Após um período de abandono retoma vida na Idade Média, desde o séc. XII até ao séc. XIV, com a construção de um pequeno castelo.

A ocupação castreja, defendida por três ordens de muralhas de pedra e terra, bem visíveis a Nascente – a parte mais vulnerável do monte – encontra-se dispersa por urna grande área que se estende desde a acrópole até a pedreira que, na vertente ocidental, arruinou parte do sopé e da encosta onde se localizavam algumas das estruturas do povoado, entre as quais um dos torreões de defesa e vigia. Na acrópole e acessos, parcialmente desbastados com a construção da capela dedicada ao mártir S. Lourenço, patamares e escadaria, são bem visíveis, os sinais de algumas construções relacionadas com o habitat castrejo que, além de sofrer a pujança reorganizativa e a aculturação decorrente da progressiva romanização teve ainda, mercê de uma topografia excecional, honras de ocupação medieval.

As casas foram construídas por todo o monte, em socalcos. A sustentação das terras era feita naturalmente pela penedia e artificialmente por muros, que também serviam de defesa. Genericamente os núcleos habitacionais do início da Romanização são compostos por três edifícios, rodeados por um lajeado que, além da comodidade que oferecia aos habitantes, servia também de eira para a secagem dos cereais.

O espólio arqueológico recolhido inclui, para além das produções típicas da cerâmica proto-histórica, surgem numerosos fragmentos de cerâmicas importadas, desde cerâmicas áticas, às cerâmicas comuns de época romana, ânforas e "sigillatas" de produção hispânia. Mas não só de cerâmica se caracterizam os objetos arqueológicos recuperados, pois foram detetadas moedas de prata (denários) - destaque para dois pequenos tesouros de denários do fim da República - e de bronze, uma corrente em bronze, um colar composto por contas em pasta vítrea e ouro, um peso de balança romano em chumbo, alfinetes (fíbulas) e vidros. Quanto à epigrafia, foi encontrada na década de 1950 nas imediações da segunda muralha uma ara dedicada à DEA SANCTA, divindade característica da Lusitânia, venerada localmente.

A presença romana faz-se sentir bem materializada nas construções.
Alvo de uma intensa ocupação até ao século IV/V, o sítio terá continuado a garantir, esporádica ou continuamente, no decorrer da Idade Média, uma sólida permanência humana, tal como demonstram a muralha e as cerâmicas descobertas na coroa do monte.

Visita Virtual

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INTERVENÇÕES ARQUEOLÓGICAS - 1985-2011

CLASSIFICADO como Imóvel de Interesse Público | Decreto do Governo n.º 1/86 de 03/01

ID. PDM - 15.1 | TIPO DE SÍTIO – habitat | CRONOLOGIA - idade do ferro / época romana / idade média

FONTE - Serviço de Património Cultural - ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, Estudo do Património Cultural, in PDM de Esposende.

BIBLIOGRAFIA - LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, VoI. XI, Lisboa, 1886; VIEIRA, José Augusto, O Minho Pitoresco, VoI. I, Lisboa, 1886; PINTO, R. Serpa, A Cividade de Terroso e os Castros do Norte de Portugal, “Revista de Guimarães”, VoI. XLII, 1932; SARMENTO, J. Martins, Os Dispersos, Coimbra, 1933; FONSECA, Teotóneo da, Espozende e o seu Concelho, Esposende, 1936; MACHADO, Falcão, Esposende, Monografia do Concelho, Esposende, 1951; BOAVENTURA, Manuel, A Ara a Dafa, “Lucerna”, 1965; ENCARNAÇÃO, José d', Divindades Indígenas sob o Domínio Romano em Portugal, Lisboa, 1975; ROSÁRIO, A. do, Falam Documentos, Braga, 1977; ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, Neiva, Manuel A. Penteado, O Castro de S. Lourenço, Vila Chã - Esposende, “BoIetim Cultural de Esposende”, n.º 2, Esposende, 1982, pp. 5/17; SANTOS, L., ROUX, P. le, TRANOY, A., Inscrições Romanas do Museu Pio XII em Braga, “Bracara Augusta”, VoI. XXXVI, 1983; ALMEIDA, Carlos A Brochado de, Carta Arqueológica do Concelho de Esposende, " Boletim Cultural de Esposende", Vol. 9/10, Esposende, 1986, pp. 41-43; VÁRIOS, Arqueologia do concelho de Esposende, Esposende, 1995; ALMEIDA, Carlos A Brochado de, CUNHA, Rui M Cavalheiro, O Castro de S. Lourenço, Ed. C.M. Esposende, Esposende, 1997; ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, Povoamento romano do Litoral Minhoto entre o Cávado e o Minho - Esposende, in “Boletim Cultural de Esposende”, n.º 20, Câmara Municipal de Esposende, 1998; ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, Povoamento romano do Litoral Minhoto entre o Cávado e o Minho – Esposende, 2000; ALMEIDA, Ana Paula Raposo de Azevedo Ramos Brochado de, O culto a Dea Sancta no Castro de S. Lourenço e a produção de sal no litoral de Esposende, I Seminário Internacional sobre o sal português Instituto de História Moderna da Universidade do Porto, 2005, p. 171-178; ALMEIDA, Ana Paula R. A. R. Brochado de, ALMEIDA, Carlos A Brochado de, Castro de S. Lourenço, Ed. C.M. Esposende, Esposende, 2008; Vv., Estudo Carpológico do Castro de São Lourenço (Esposende, Noroeste de Portugal): Primeiros Resultados, “Estudos do Quaternário, 6 APEQ, Braga, 2010, pp. 67-73; ALMEIDA, Ana Paula R. A. R. Brochado de, ALMEIDA, Carlos A Brochado de, Memórias Arqueológicas do Castro de S. Lourenço - I, Ed. Município de Esposende, Esposende, 2015; ALMEIDA, Carlos A Brochado de (coord.), Memórias Arqueológicas do Castro de S. Lourenço - II, Ed. Município de Esposende, Esposende, 2017.

LOCALIZAÇÃOfreguesia - vila chã | lugar/topónimo - monte de s. lourenço

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DESIGNAÇÃO | Mamoa da Cruzinha

DolmenCruzinha

DESCRIÇÃO | Esta sepultura megalítica está situada num terreno de mato a Sul da Quinta de S. Givas.
Presumivelmente intacta, tem de diâmetro maior 27m e a sua altura atinge os dois metros. A couraça, excetuando o lado Sul, onde o caminho lhe comeu uma pequena parcela, encontra-se pelo menos exteriormente em perfeito estado de conservação.
Na década de 90 do século XX foi alvo de trabalhos arqueológicos, por parte de uma equipa da Universidade Portucalense, sob a orientação científica do Dr. Eduardo Jorge. Os dados das intervenções permanecem inéditos.

ID. PDM - 15.14 | TIPO DE SÍTIO – mamoa | CRONOLOGIA - III/ II milénio

INTERVENÇÕES ARQUEOLÓGICAS - 1993-1993

FONTE - Serviço de Património Cultural

BIBLIOGRAFIA - JORGE, Vítor Oliveira, O Megalitismo do Norte de Portugal. O Distrito do Porto (tese de doutoramento), Porto, 1982, pp. 444-445; SANCHES, Maria de Jesus, Recipientes cerâmicos da Pré-história recente do norte de Portugal, " Arqueologia”, n.º 3, Porto, 1981, pp. 88/98; NEIVA, Manuel Albino Penteado, Apontamentos sobre Vila Chã, Esposende, 1984, pág. 19; ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, Carta Arqueológica do Concelho de Esposende, “Boletim Cultural de Esposende”, Vol. 7/8, Esposende, 1985, pág. 42.

LOCALIZAÇÃO - freguesia - vila chã | lugar/topónimo - arribadas/ cruzinha

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DESIGNAÇÃO | Mamoas do Rapido (I, II, E III)

DolmenRapidoIII.2(Dólmen do Rapido III)

DESCRIÇÃO | O conjunto megalítico do Rapido é formado por três mamoas ou mamuínhas como nesta freguesia são conhecidas.
Estão situadas em terreno de mato e pinhal, numa planura localizada a oeste do monte da Cerca e não muito distante da antela da Portelagem.
Tal como aquela, foram, nos finais do século XIX, objeto de estudo por parte de F. Martins Sarmento que chegou mesmo a escavar uma delas. Estudo que veio a revelar-se importante, já que, recentemente, alertou uma equipa da Universidade Portucalense, dirigida pelo Dr. Eduardo Jorge, para a necessidade do seu reestudo. Este, efetuado entre 1988 e 1990, mostrou uma estrutura bem mais complexa e interessante do ponto de vista arquitectónico, que a que se antevia nos anos subsequentes à escavação de Martins Sarmento.
A câmara, protegida por um “tumulus” em terra e uma pequena couraça pétrea, tem um forma sub-circular e é constituída por 9 esteios de tamanhos desiguais. Completam-na um pequeno corredor, orientado para nascente, formado por lajes de tamanho mais pequeno que as da câmara e coberto por pedras de dimensão quase semelhante às daquela estrutura.
O espólio recolhido e presentemente em estudo, consta de pontas de seta e cerâmica campaniforme, o que condiz com a cronologia que lhe é proposta – III milénio a. C. A sua importância é tanto maior quanto sabemos possuírem alguns dos esteios da câmara gravados que virão a ajudar a com prender melhor o universo simbólico daqueles povos megalíticos.

INTERVENÇÕES ARQUEOLÓGICAS - finais do século XIX | 1988 e 1990

EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO como Imóvel de Interesse Público | Homol. Sup. De 14 de Outubro de 1999

ID. PDM - 15.5 | TIPO DE SÍTIO – mamoa | CRONOLOGIA - III milénio a.C.

FONTE - Serviço de Património Cultural - ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, Estudo do Património Cultural, in PDM de Esposende.

BIBLIOGRAFIA - SARMENTO, F. Martins, Os Dispersos, Coimbra, 1933, pág. 156; JORGE, Vitor Oliveira, O Megalitismo do Norte de Portugal. O Distrito do Porto, tese de doutoramento, Porto, 1982, p. 444/45; SANCHES, Maria de Jesus, Recipientes cerâmicos da Pré-história recente do Norte de Portugal, “Arqueologia”, n.º 3, Porto, 1981, pp. 88/98; ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, Carta Arqueológica do Concelho de Esposende, "Boletim Cultural de Esposende", Vol. 7/8, Esposende, 1985, pág. 47.

LOCALIZAÇÃO - freguesia - vila chã | lugar/topónimo - rapido

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DESIGNAÇÃO | Castro do Sr. dos Desamparados

CastroSDesamparados.1 CastroSDesamparados.2 CastroSDesamparados.3

CSD_GERAL_FR | CSD_SecteurA_FR | CSD_SecteurB_FR

DESCRIÇÃO | Este habitat situa-se num pequeno cabeço sobranceiro ao lugar de Terroso, no sítio de Eira d’Ana, na parte oriental da freguesia de Palmeira de Faro.
O castro é de pequenas dimensões, mas nem por isso menos importante. Terá sido ocupado desde o Bronze Final (final do I milénio a.C.) e de forma contínua a partir de meados do séc. II a.C. até ao séc. III-IV. Após um período de abandono foi ocupado esporadicamente na Alta Idade Média.

A estação arqueológica contou com a primeira escavação arqueológica em 1996, tendo sido então dividida em 3 setores (ou áreas): o setor A, que corresponde à zona da acrópole, no espaço envolvente à Capela do Sr. dos Desamparados; o setor B, que corresponde a uma pequena parcela da vertente voltada a noroeste, junto ao caminho de acesso à capela e o setor C, que corresponde à parte mais setentrional do povoado.

As diversas intervenções arqueológicas revelaram indícios cerâmicos de uma ocupação desde o Bronze Final, faltando no entanto dados que permitam afirmar com segurança tal antiguidade ocupacional do povoado. Contudo, os vestígios arqueológicos detetados numa intervenção efetuada em 2009, no sopé do monte - um provável contexto tumular e um espaço de armazenamento (silos) contemporâneos do Bronze Final – concorrem para reforçar a hipótese das origens do Castro do Sr. dos Desamparados no Bronze Final.

A 1.ª fase construtiva conhecida respeita à Idade do Ferro, cuja ocupação se situa entre meados do séc. II a.C. e inícios do séc. I. A ocupação terá permanecido até cerca do séc. IV, comprovada pelo aparecimento de moedas em bronze. No entanto, o povoado já teria perdido grande parte da sua população em detrimento de outros habitats.
Do período medieval apareceram alguns fragmentos de cerâmicas suevo-visigóticas, mas não foi encontrada nenhuma construção que comprove a continuidade de ocupação.

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INTERVENÇÕES ARQUEOLÓGICAS - 1996-1999 | 2001-2007

ID. PDM - 13.1 | TIPO DE SÍTIO – habitat | CRONOLOGIA - idade do ferro / época romana

FONTE - Serviço de Património Cultural - ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, Estudo do Património Cultural, in PDM de Esposende.

BIBLIOGRAFIA - NEIVA, Manuel Albino Penteado, Esposende - Breve Roteiro Histórico, Esposende, 1987; ALMEIDA, Carlos A . Brochado de, Carta Arqueológica do Concelho de Esposende, “Boletim Cultural de Esposende”, vol. 11/12, Esposende, 1987, pp. 104-105.

LOCALIZAÇÃO - freguesia - palmeira de faro | lugar/topónimo - terroso

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DESIGNAÇÃO | Cemitério ou Necrópole Medieval das Barreiras

CemiterioMedievalBarreiras

DESCRIÇÃO | Na parte ocidental da vila de Fão, mais concretamente na zona da Bouça dos Lírios, está o Cemitério Medieval das Barreiras.
Manuel de Boaventura noticiava, em 1958, o aparecimento de um conjunto de sepulturas no quintal do Senhor João Fernandes. Descrevia-as como sendo de granito mal aparelhado, cobertas com placa de louça, acompanhavam o achado, diversos fragmentos de “imbrex” (telha), cerâmica e restos ósseos.
Em 1989, quando a necrópole já havia caído no esquecimento da população, os Serviços de Arqueologia da Zona Norte foram alertados pelo Município, da detenção de um novo achado, desta feita nos terrenos que confinam a sul, com a propriedade do Sr. João Fernandes. Os descobridores fortuitos, um grupo de estudantes do ciclo Preparatório, tinham exumado uma nova sepultura.
Procedendo-se então a uma escavação sistemática da área, apareceram cerca de 144 sepulturas e restos de um edifício, com uma cronologia que oscila entre o século XI e XIV. Posteriormente foram realizadas intervenções arqueológicas que permitiram registar até ao presente mais de 200 sepulturas.
As inumações, integradas em túmulos de caixa e cobertura de xisto, que denotam uma confeção mais recente - ou com caixa em granito e tampas de placas de xisto, estão orientadas no sentido Poente-Nascente, contíguas por vezes, paredes meias e frequentemente sobrepostas (em alguns casos atinge já os três níveis de sobreposição). Com uma profundidade que ronda os trinta centímetros, de tamanhos variáveis consoante a dimensão do cadáver, revelam que os enterramentos eram feitos em caixão, cobertos de terra e com vestígios de antropomorfismo: a cabeça está, por vezes, imobilizada entre dois seixos rolados ou dois fragmentos de “ímbricis” (telhas). Os esqueletos dos túmulos estavam ainda razoavelmente conservados devido a fraca acidez do solo e à enorme duna que soterrava toda a área e protegia a necrópole. São relativamente abundantes os conjuntos de ossadas provenientes de enterramentos anteriores, que foram sendo acumulados pelas sucessivas inumações.
Igualmente importante é o edifício de seis compartimentos de finalidade ainda desconhecida, encontrado praticamente ao nível de alicerces. Os pisos, um lajeado a xisto e os de mais de saibro castanho-avermelhado, bem batido, apresentam grandes concentrações de cinza e carvões. Do espólio detetado até ao momento salientam-se algumas moedas da primeira dinastia, cerâmicas atribuíveis aos séculos XII a XIV e variada escória de ferro, provas indubitáveis de permanência humana na área sacralizada pelo cemitério.

INTERVENÇÕES ARQUEOLÓGICAS - 1989-1992 | 2010-2012

ID. PDM - 6.1 | TIPO DE SÍTIO – cemitério | CRONOLOGIA - idade média (séc. XII-XIV)

FONTE - Serviço de Património Cultural - ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, Estudo do Património Cultural, in PDM de Esposende.

BIBLIOGRAFIA - CHAVES, Jerónimo Gonçalves, Elementos para a História de Fam, Famalicão, 1924; LARCHER, Jorge, Monografia de Fão, Esposende, 1948; BOAVENTURA; Manuel de, Uma Necrópole em Fão, “Lucerna”, Porto, 1966; NEIVA, Manuel A. Penteado, Esposende – Breve Roteiro Histórico, Esposende, 1987; ALMEIDA, Carlos A. Brochado de, Carta Arqueológica do Concelho de Esposende, “Boletim Cultural de Esposende”, volume 13/14, Esposende, 1988, pp. 26-32; ALMEIDA, Carlos A. Brochado de et alii, Necrópole Medieval das Barreiras (Fão), “Boletim Cultural de Esposende”, vol. 17, Esposende, 1990/92, pp. 111-126; CUNHA, Eugénia et alii, Paleodemografia da população Medieval de Fão, “Boletim Cultural de Esposende”, vol. 17, Esposende, 1990/92, pp. 127-136; CUNHA, Eugénia, Populações medievais portuguesas (séc. XI-XV).A perspectiva paleobiológica., “Arqueologia Medieval”, n.º 5, 1997, Edições Afrontamento, pp. 57-83.
LOCALIZAÇÃO - freguesia – fão | lugar/topónimo - barreiras

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AMBIENTE AQUÁTICO

DESIGNAÇÃO | Naufrágio Quinhentista de Belinho 1

PraiaBelinho

DESCRIÇÃO | No Inverno de 2014, um importante conjunto de madeiras, artefactos metálicos diversos, concreções ferrosas e pelouros em pedra foi sendo arrojado a costa a Norte de Esposende, na praia de Belinho. Entre 2015 e 2017, sucessivas tempestades levaram a novos arrojamentos. Em Abril e Maio de 2017, prospeções geofísicas realizadas ao largo da praia e mergulhos de reconhecimento permitiram identificar uma âncora, quatro bocas-de-fogo em bronze e em ferro, madeirame em conexão e vários artefactos em contexto de sítio de naufrágio.
Provavelmente estaremos na presença de um dos mais importantes sítios arqueológicos submersos até agora localizados em Portugal. Embora os materiais arqueológicos apontassem preliminarmente para um intervalo cronológico entre o último quartel do seculo XVI e o primeiro do seculo XVII – nomeadamente observando-se os pratos em estanho e em latão, cujas marcas sugerem origem alemã ou flamenga, sem dúvida do Norte da Europa – as características arcaicas do ferro de fundear e a tipologia da artilharia encontrada sugerem uma data anterior para a perda deste navio: 1525-1550.
É de ressalvar, no entanto, que só quando concluída a análise detalhada da coleção de artefactos permitirá avançar com uma datação mais precisa para este sitio – até por não ser raro encontrarem-se bocas-de-fogo com várias décadas de uso em restos de navios naufragados entre a segunda metade do séc. XVI e a 1.ª metade do séc. XVII.
Apesar de ainda não ser possível avançar uma datação deste sítio com segurança, o horizonte temporal para a perda deste navio parece-nos estar compreendido entre 1520 e 1580. Curiosamente, há um registo de naufrágio nesta área, o navio Nossa Senhora da Rosa, perdido em 1577 “através de Esposende”.
Seja como for, talvez a característica mais importante e rara deste sítio seja o facto de estarmos perante o primeiro naufrágio quinhentista em águas portuguesas a ser encontrado praticamente intocado desde a sua perda; o único a produzir artilharia em bronze; e o mais capaz de conter ainda em si todo o espólio de um navio dessa altura. A ser ibérico, tratar-se-á de um dos mais completos sítios desta tipologia e cronologia a ser encontrado a nível mundial.
Na mesma praia, foram recuperados mais de 2 milhares de fragmentos de ânforas da 2.ª metade do séc. I, correspondentes a um naufrágio da Época Romana. Encontram-se atualmente em estudo.

INVESTIGAÇÃO ARQUEOLÓGICA - 2014-atualidade

ID. PDM – a incluir na revisão do PDM - TIPO DE SÍTIO – naugráfio | CRONOLOGIA - idade moderna (séc. XV-XVI)

FONTE - Serviço de Património Cultural.

BIBLIOGRAFIA

Comunicações relativas ao Naufrágio de Belinho 1

Comunidade científica

  • Almeida, Ana Paula, Magalhães, Ivone, 2014, "Ora Maritima – Arqueologia e o Mar de Esposende" | 3º encontro ARQUEOLOGIA e o MAR - Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/ Museu Nacional de Arqueologia, 30-31 maio 2014, Lisboa

  • Almeida, Ana Paula, Magalhães Ivone, 2014, "Esposende, entre Terra e Mar…", Ciclo de Debates “Conversas a Bordo” - “Inventário e Carta Arqueológica”, Museu Nacional de Arqueologia, 6 novembro, Lisboa

  • Almeida, Ana Paula, Teixeira, Elsa, 2020, “O achado arqueológico de Belinho 1: uma nova dinâmica de trabalho para os públicos escolares”, Conferência Internacional “Educação Patrimonial em ação: tecendo relações entre museus, escolas e territórios”, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 22 e 23 outubro

  • Almeida, Ana Paula, 2020, “Educação Patrimonial — Um cidadão esclarecido é um cidadão ativo!”, Bloco 3 - Didática da Arqueologia, III Congresso de Arqueologia da Associação dos Arqueólogos Portugueses, 18 a 21 de novembro, on-line

  • Almeida, Ana Paula, 2021, "Mar de Histórias: O naufrágio quinhentista Belinho 1", SUBPORTAL Um Mergulho na História, Universidade NOVA – Faculdade de Ciências sociais e Humanas - Integração em Projeto de Investigação, 23 março, on-line

  • Almeida, Ana Paula, 2022, "Patrimónios Emersos e Submersos de Esposende: beneficiários ou lesados (im)prováveis", X Encontro CITCEM - «Culturas D’Água: Património, Ambiente e Sociedade», 16 a 19 novembro, Porto

  • Castro, F., 2018, "Training in Nautical Archaeology; the database “Early Modern Iberian Ships;” Plans for future fieldwork on Iberian shipwrecks: Belinho 1, Highbourne Cay, and Emanuel Point", ForSEAdiscovery Supervisory Board Meeting, 29-30 Janeiro, Madrid

  • Castro, F., 2021, "Belinho 1. Preliminary Note of a 16th century shipwreck (Esposende, Portugal)", XIX International Reunion for the History of Nautical Science. Magellan, Elcano, the Circumnavigations and the Great Oceanic Explorations. Casa de la Ciencia. CSIC, 15-18 November, Sevilla

  • Frias-Bulhosa, Elisa Maria Gomes da Torre e, 2023, “A coleção de estanho de Esposende” Bloco 5 - Época Moderna, IV Congresso de Arqueologia da Associação dos Arqueólogos Portugueses, 22 a 25 novembro, Coimbra

  • Martins, A., Castro, F., Nailing, N., 2015, "Ship Timbers from the Belinho Shipwreck: Recording and Provisional Analysis", Colóquio Internacional Património, Turismo e Desenvolvimento. Esposende - 30 Anos de Arqueologia (1985-2015) | 16 e 17 Novembro, Esposende

  • Martins, A., Almeida, A., Santos, A., Magalhães, I., Castro, F., Bezant, J., Dominguez-Delmas, M., Nayling, N., and Gronendijik, P., 2016, "Reconstructing Trees from Ship Timber Assemblages Using 3D Modelling Technologies: Evidence from Belinho in northern Portugal", IKUWA 6, Sixth International Congress on Underwater Archaeology, Western Australian Maritime Museum, 28 novembro a 2 dezembro, Fremantle, Austrália

  • Monteiro, Alexandre, Almeida, Ana, Castro, Filipe, Magalhães, Ivone, 2017, "O naufrágio de Belinho 1: um navio quinhentista em Esposende", Colóquio «Turismos e Culturas de Rio, Ria e Mar», CEI – ISCAP/P.PORTO e IELT – FCSH/UNL, 14 junho, Porto

  • Monteiro, A., Almeida, A., Castro, F., Biscaia, F., Magalhaes, I., Santos, M., Martins, A., Nayling, N., Casimiro, T., 2018. "Entre o Mar e a memória. O naufrágio quinhentista de Belinho 1", III Jornadas de Investigación en Historia y Arqueologia Marítima. El Paisage Marítima y las Sociedades de las Ciudades Costeras, 21-23 Novembro, Lisboa

  • Monteiro, A., Almeida, A., Magalhães, I., Santos, M., Martins, M., and Casimiro, T., 2022, "Belinho 1 Shipwreck: A probable 16th century ship lost at Esposende, Portugal". 8th IMHA International congress of Maritime History « Old and New Uses of the Oceans ». 28 June - 02 July, Porto

Público em geral

  • Almeida, Ana Paula, 2018, "Mar de Histórias: Esposende entre Terra e Mar…", 2.ª edição Viv'Arte, 9 agosto, Esposende

  • Almeida, Ana Paula, 2022, "Patrimónios Emersos e Submersos – o Naufrágio Quinhentista de Belinho", Jornadas Europeias de Arqueologia, 18 junho, Vila do Conde

  • Almeida, Ana Paula, Magalhães Ivone, 2014, "Esposende, entre Terra e Mar…", 20.º Aniversário da ABAS ─ Associação Barcelense de Atividades Subaquáticas, 21 novembro 2014, Barcelos

  • Almeida, Ana Paula, Magalhães Ivone, 2015, "Mar de Histórias…", Ciclo de Conversas “Mar de Histórias…", março a junho, Esposende

Comunidade educativa - público EDUCATIVO LOCAL (2015; 2015-2016; 2016-2017; 2017-2018; 2018-2019; 2019-2020; 2022-2023)

  • Almeida, Ana Paula, “O Naufrágio Quinhentista de Belinho, Esposende e a Carta Régia de D. Sebastião” - apresentação 5º, 6º, 8º e 10º anos de escolaridade

  • Almeida, Ana Paula, “Esposende Quinhentista e Carta Régia D. Sebastião” - apresentação 5º, 6º, 8º e 10º anos de escolaridade

  • Teixeira, Elsa, "A química do PC” - apresentação 9º anos de escolaridade

Música, teatro, exposições - público GERAL

  • "Mar de Histórias" - exposição 2015, no Centro Interpretativo de S. Lourenço

  • O gigante que vivia ao lado do rio” - teatro e oficina | Manuela Lopes, Matilde Sobral (serviço educativo SPC)

  • "A viagem de Fernão de Magalhães” - oficina de exploração | Manuela Lopes, Matilde Sobral (serviço educativo SPC)

  • D. Sebastião, o menino que foi rei de Portugal” - teatro e oficina | Manuela Lopes, Matilde Sobral (serviço educativo SPC)

  • Entre o mar e a memória… o naufrágio de Belinho e os sons da Ibéria e da Flandres quinhentistas” - concerto de música |Bando do Surunyo, 30 setembro 2018 (Jornadas Europeias do Património), Igreja da Misericórdia de Esposende

  • Escafandro” – peça de teatro pela companhia de teatro infanto-juvenil BOCA DE CENA, 9 e 10 março 2019, no Auditório Municipal de Esposende

  • Patrimónios Emersos e Submersos – Do Local ao Global” – exposição no âmbito do V Centenário da 1.ª Circumnavegação, 6 agosto 2021 a 2024, Forte de S. João Baptista e Centro de Informação Turística (Esposende) | https://cv.fotografias360.com/EsposendeVirtual/Esposende-ForteSJoao/

NOTÍCIAS - SIC  | RTP  | TVI24 | Porto Canal | Televisión de Galicia | Revista "National Geographic Portugal" - "Despojos de Belinho", secção “Mundos Antigos”, n.º 166, janeiro 2015 | Jornal "Público" - "Há um navio quinhentista praticamente intocado na costa de Esposende" de Abel Coentrão, destaque "Cultura Ípsilon"

LOCALIZAÇÃO - freguesia – belinho | lugar/topónimo – carreira das neves

 

DESIGNAÇÃO | Praia da foz do ribeiro de Peralta/ Rio de Moinhos

PraiaRibeiroPeralta1. PraiaRibeiroPeralta2.

DESCRIÇÃO | Na praia onde desagua o ribeiro de Peralta têm aparecido desde 2005 diversos vestígios de madeiras, troncos de árvores e placas de xisto talhadas assentes em “tijuca”, diversos materiais líticos associados ao período da Pré-História Antiga bem como, um pouco mais a Sul, diversos fragmentos de cerâmica - atribuíveis ao período romano, destacando-se mais de um milhar de fragmentos de ânforas, para além de fragmentos cerâmicos correspondentes genericamente ao período contemporâneo - pesos de rede e salinas amovíveis em xisto ("gamelas"), para além de vestígios de uma estacaria da Época Romana.

INTERVENÇÕES ARQUEOLÓGICAS - 2005-atualidade

ID. PDM - 12.4 - TIPO DE SÍTIO – vários | CRONOLOGIA – pré-história à idade média

FONTE - Serviço de Património Cultural.

BIBLIOGRAFIA - ALMEIDA, Ana Paula R. A. R. Brochado de, Relatório dos Trabalhos Arqueológicos. Praia do Ribeiro de Peralta [Rio de Moinhos – Marinhas – Esposende], Esposende, 2005; ALMEIDA, Ana Paula; MAGALHÃES, Ivone, O achamento da praia da Ribeira do Peralta (Esposende - Noroeste de Portugal), "O Irado Mar Atlântico. O naufrágio bético augustano de Esposende (Norte de Portugal)", p. 11-26; ALMEIDA, Carlos Alberto Brochado de, O concelho de Esposende: da pré-história à antiguidade clássica, "O Irado Mar Atlântico. O naufrágio bético augustano de Esposende (Norte de Portugal)", p. 27-55; NEVES, Isabel C.; FONSECA, António M.; OLIVEIRA, César; PARPOT, Pier; KUZNIARSKA-BIERNACKA, Iwona; MORAIS, Rui, Caracterização de fragmentos cerâmicos oriundos do naufrágio Bético Augustano de Esposende, "O Irado Mar Atlântico. O naufrágio bético augustano de Esposende (Norte de Portugal)", 2013 p. 247-261; OLIVEIRA, César; KUZNIARSKA-BIERNACKA, Iwona; PARPOT, Pier; NEVES, Isabel C.; FONSECA, António M.; MORAIS, Rui, Análise química de resíduos orgânicos de ânforas do naufrágio bético de Esposende, "O Irado Mar Atlântico. O naufrágio bético augustano de Esposende (Norte de Portugal)", p. 263-281; MORAIS, Rui, Um naufrágio bético, datado da época de Augusto, em Rio de Moinhos, "O Irado Mar Atlântico. O naufrágio bético augustano de Esposende (Norte de Portugal)", p. 309-334; RODRIGUES, S., Lopes de Sousa; MORAIS, R.; Helena GRANJA; Randi DANIELSEN; César OLIVEIRA, ALMEIDA, C. (2013), Uma abordagem multidisciplinar ao sítio arqueológico da Praia de Rio de Moinhos - Esposende, NW de Portugal/ A multidisciplinary approach to the archaeological site of Praia de Rio de Moinhos (Esposende - Norwestern Portugal), "V Jornadas do Quaternário - 5th International Conference - O Quaternário da Península Ibérica: Abordagens Metodológicas e Linhas de Investigação" - Livro de Resumos/ Abstracts Book, pp. 44-45; MORAIS, Rui; GRANJA, Helena; OLIVEIRA, César, Baetic shipwrecks in the coast of Esposende (North Portugal) / Naufrágios béticos en la costa de Esposende (norte de Portugal), “Actas del V Congreso Internacional de Arqueología Subacuática Un patrimonio para la humanidad”, 2016, p. 556-565; GRANJA, Helena, MONTEIRO-RODRIGUES, Sérgio, DANIELSEN, Randi, Changing environments and Human settlement during Mid-Holocene in Rio de Moinhos Beach (Esposende, Northern Portugal), “Estudos do Quaternário”, 14, APEQ, Braga, 2016, pp. 25-40; MONTEIRO-RODRIGUES, Sérgio, A indústria macrolítica holocénica da praia de Rio de Moinhos (Marinhas, Esposende, NW de Portugal). Apresentação de um estudo preliminar / The Holocene macrolithic assemblage from Rio de Moinhos beach (Marinhas, Esposende, Northwestern Portugal). A preliminary study, “GALLÆCIA”, 32, p. 87-108, 2013

LOCALIZAÇÃO - freguesia – marinhas | lugar/topónimo – rio de moinhos/ foz do ribeiro de peralta

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DESIGNAÇÃO | Praia de Guilheta - vestígios de exploração de recursos marinhos

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DESCRIÇÃO | No início de março de 2021, após forte agitação marítima, o Serviço de Património Cultural foi contactado por um munícipe sobre o avistamento de algumas placas de xisto alinhadas e contíguas, quase totalmente cobertas por seixos e diversas placas de xisto na Praia de Guilheta. Estes vestígios consistiam em alinhamentos, tipo muretes, feitos com placas de xisto na vertical e que estavam quase totalmente cobertos por seixos e placas de xisto. Foi igualmente notória a existência de dezenas de materiais que, aparentemente, corresponderão a poitas (pela furação) e salinas móveis (tipo gamela), os quais se encontram espalhados por toda a praia.

A deslocação efetuada entre final de março e inícios de abril permitiu identificar e registar um extraordinário conjunto de vestígios expostos sob o cordão dunar, revelados devido à forte dinâmica marítima. Os trabalhos arqueológicos de emergência desenvolvidos consistiram na identificação, na limpeza - de seixos, de placas de xisto, areia e lixo - e no registo (fotográfico, drone e topográfico) das estruturas então visíveis.

Estas estão distribuídas por uma área com mais de 200m de extensão, prolongando-se para debaixo da duna e caracterizam-se genericamente pelas seguintes tipologias: condutas ou canais e estruturas tipo tanque. A maioria destas tem cerca de 5m de comprimento e são compostas por placas de xistos na vertical, tipo murete, sendo pavimentada com placas de xisto na horizontal, tipo lageado. Parte destas estruturas incorporam materiais reaproveitados, nomeadamente poitas e salinas móveis.

Numa primeira análise os vestígios agora detetados estarão associados à exploração de recursos marinhos – possivelmente de sal – e remontarão à Idade Média ou à Época Romana. Esta conclusão decorre da comparação com vestígios semelhantes registados na Galiza e datados da Época Romana, bem como por se enquadrarem em períodos anteriores à Pequena Idade do Gelo (ou “Little Ice Age”) que, para alguns autores terá ocorrido entre meados do século XV e 15850-1880, correspondendo ao momento de formação e instalação do sistema dunar que os cobre.

A instabilidade e a forte dinâmica que caracteriza o local, não permite a implementação de outras medidas de proteção e salvaguarda, para além das efetuadas.

Graças à rede de contactos de investigadores de diferentes áreas científicas, procedeu-se a diversos registos, permitindo leituras e análises multidisciplinares, sendo amplamente fomentada a interdisciplinaridade que permitirá enriquecer e melhor compreender os vestígios que agora se encontram temporariamente expostos pela ação marítima.

No entanto, importa também realçar que na década de 1970 se registou a presença de estruturas similares na costa de Esposende, nomeadamente na foz do Rio Neiva, em Sublago (Belinho) e Lontreiras (Mar/ Belinho), áreas que estão identificadas na Carta de Património Arqueológico de Esposende.
Estas foram objeto de publicação por exemplo em ALMEIDA, C. A. B. de (1979), "Salinas medievais entre o Cavado e o Neiva", Bracara Augusta, Vol 33, pp 391-402 ou ALMEIDA, Carlos A. Brochado de (2005), “A exploração do sal na costa portuguesa a Norte do Rio Ave. Da Antiguidade Clássica à Baixa Idade Média”, in I Seminário Internacional sobre o sal português, Instituto de História Moderna da Universidade do Porto, p. 164-165 - https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/7976.pdf.

No litoral do Noroeste da Península Ibérica foram também registadas estruturas semelhantes, de entre as quais se destacam as de Angeiras (Matosinhos) e as de O Seixal (A Guarda) ou O Areal (Vigo), na Galiza. Foram objeto de publicação, nomeadamente em CURRÁS, Brais X. (2020), “The salinae of O Areal (Vigo) and Roman salt production in NW Iberia”, in Journal of Roman Archaeology, 30, 325-349.

Obs.: de destacar que ao longo dos últimos anos, têm sido vários os munícipes que observam diversos vestígios nesta praia, sendo essencial a partilha destes avistamentos. No caso de Guilheta, realça-se João Paulo Moreira Baptista que comunicou o aparecimento de duas condutas/ canais em novembro de 2020, bem como Maria Rodrigues. Contudo, foi graças a António Caramalho que este extraordinário conjunto de vestígios foi objeto de trabalhos arqueológicos de emergência, permitindo conhecer um pouco mais o nosso Passado.

INVESTIGAÇÃO ARQUEOLÓGICA - 2021-atualidade

ID. PDM – a incluir na revisão do PDM - TIPO DE SÍTIO – naugráfio | CRONOLOGIA - indeterminada

FONTE - Serviço de Património Cultural

NOTÍCIASJornal "Público" - "O mar voltou a dar prendas do passado a Esposende — mas continua a engolir-lhe a costa" de Nuno Rafael Gomes | Jornal "Brisa de Mar", N.º 436, ABRIL 2021 – Brisa-de-Mar-2021-N0436

LOCALIZAÇÃO - freguesia – antas| lugar/topónimo – guilheta/ fieiro alto

 

NOTA: se tiver conhecimento de alguma informação complementar - incluindo bibliografia - não hesite em partilhá-la connosco!

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