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Biblioteca Municipal de Esposende encheu para ouvir o escritor Valter Hugo Mãe

09 Janeiro 2014

A Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, em Esposende, recebeu, no passado dia 7 de janeiro, o escritor Valter Hugo Mãe, num encontro que lotou por completo o espaço. O escritor veio apresentar o seu mais recente livro, intitulado «A Desumanização».

A Biblioteca Municipal Manuel de Boaventura, em Esposende, recebeu, no passado dia 7 de janeiro, o escritor Valter Hugo Mãe, num encontro que lotou por completo o espaço. O escritor veio apresentar o seu mais recente livro, intitulado «A Desumanização», que considera “a mais sincera declaração de amor aos fiordes do oeste islandês”.

Perante a vasta assistência, Valter Hugo Mãe e Sérgio Sousa, docente da Universidade do Minho convidado a apresentar a obra, dispensaram formalismos e a apresentação transformou-se numa conversa que o público seguiu com interesse e atenção.

A partir do conceito de criação artística, que no caso de Valter Hugo Mãe não se fica só pela escrita mas também pela música e pela pintura, a conversa derivou para outros temas, como o seu percurso biográfico e literário. A ausência de livros para ler na sua casa, onde só existiam dicionários e enciclopédias, terá incentivado a vontade interior de escrita e comunicação. “Vivia a 100 metros da praia e mesmo no verão fechava-me em casa a escrever, com as janelas fechadas”, confessou o escritor.

A propósito do livro “A Desumanização”, Valter Hugo Mãe contou que foi inicialmente pensado como “A Criança Plantada”, da Islândia, cenário do enredo, símbolo de solidão extrema. A protagonista e narradora é uma menina entre os 11 e os 14 anos, chamada Halldora, a quem morre a irmã gémea, sendo que este episódio foi “roubado” à sua vida pessoal, pois também o escritor teve um irmão que faleceu antes dele nascer e de que recordava nas constantes “visitas” ao cemitério.

Da Islândia referiu a sua ligação à mitologia, aos elfos e à natureza, país para onde se deslocou várias vezes e que sempre o impressionou pela dimensão e pela ideia de pureza ou de um mundo que começa. Da comparação de Portugal com a Islândia, o autor destacou sobretudo a questão da participação cívica dos cidadãos.

A encerrar a sessão, já depois da meia noite, teve lugar a tradicional sessão de autógrafos.