Sensibilização
A FLORESTA na HISTÓRIA
A evolução da espécie humana é absolutamente indissociável da floresta. Desde sempre o homem encontrou na floresta grande parte dos recursos necessários para a sua sobrevivência. Neste espaço se caçava e pescava para obter alimento, daqui foi retirada a madeira para construções, etc. Da floresta retirou-se a madeira para se fazerem as caravelas que nos permitiram aventurar por mares. Toda a humanidade dependia da lenha para poder confecionaros alimentos e para se aquecer nos Invernos rigorosos.
Aproveitamento da lenha
A FLORESTA e a SOCIEDADE
A sociedade sempre estabeleceu uma estreita harmonia com a Floresta e são inúmeras as representações artísticas deste Espaço. Na Pintura são inúmeras as paisagens retratadas. Na Poesia, desde a Idade Média as Cantigas de Amigo e as de Amor estão impregnadas de cenários naturais. Nas mitologias Greco-Romana e Celta inúmeras criaturas benéficas e malignas vivem nos imaginários humanos e vão passando por tradição. A Floresta retribui contribuindo para o bem-estar social.
Vista geral da floresta concelhia (Gemeses)
PROTECÇÃO da FLORESTA
As alterações da sociedade têm implicações diretas na floresta. Atualmente pouca gente cozinha a lenha, os matos já não são aproveitados para as camas dos animais, as giestas não são cortadas para se fazer vassouras, a faúlha e as pinhas para acender o lume já não são apanhadas. Deste modo, os combustíveis acumulam-se na Floresta ficando disponíveis para arder e, propiciando incêndios cada vez com maiores dimensões. É necessário o contributo de todos para combater o problema dos incêndios florestais.
Incêndio Florestal (Belinho)
A FLORESTA e a BIODIVERSIDADE
A floresta não é um espaço com árvores mas sim um ecossistema onde interagem muitas espécies de animais, plantas, fungos e diversos outros seres microscópicos. A floresta alberga uma diversidade de seres fundamentais para os ecossistemas. Serve de abrigo a diversas espécies de polinizadores que para além de produzirem mel, polinizam as plantas permitindo que estas produzam frutos e sementes, aloja várias seres vivos que podem vir a ser fundamentais para a ciência, abriga vários animais que controlam diversas pragas, entre outros.
Particularidade da Floresta (Rio Tinto)
A FLORESTA AUTÓCTONE
Das florestas originais, maioritariamente compostas por carvalhos e onde existiam ursos, pouco resta. Passados praticamente 850 anos de história Florestal, a maioria da floresta transformou-se, contudo ocorrem em Esposende várias espécies autóctones herbáceas, arbustivas e arbóreas. Nas árvores destacam-se as espécies ripícolas como Salgueiros (Salix atrocinerea), Freixos (Fraxinus angustifolia) e amieiros (Alnus glutinosa), e as quercíneas como o Carvalho-negral (Quercus pyrenaica), o Carvalho-alvarinho (Quercus robur), e o Sobreiro (Quercus suber).
Carvalho (Quercus robur)
A VALOR ECONÓMICO DA FLORESTA
É praticamente impossível quantificar o valor da floresta, pois para além da valia que constitui a madeira, a celulose, a cortiça, o mel, a resina, a silvo pastorícia, os cogumelos e outros bens diretos, a floresta presta bens indiretos difíceis de quantificar, tais como a proteção dos solos, a produção de oxigénio, o efeito cénico, o recreio, lazer, caça e pesca em águas interiores entre muitas outras. Por estes motivos todos nós temos responsabilidade em cuidar de um património que é de todos.
Floresta junto ao Cávado (Rio Tinto)
“A floresta, berço do homem, que lhe deu alimento, que lhe forneceu o primeiro abrigo, a primeira arma, a primeira ferramenta; que lhe proporcionou, talvez, o primeiro sentimento estético e nele acordou a primeira comoção mística; a floresta, de que fez a caravela que lhe permitiu conhecer a extensão do seu mundo, e a primeira cruz que simboliza as grandezas e as misérias, as injustiças e as heroicas renúncias desse mesmo mundo – permanecerá indissoluvelmente ligada aos destinos do homem”.
Joaquim Vieira Natividade.